A respiração pulmonar é responsável pela troca de gases em todos os tecidos do corpo humano, se tratando de uma função vital para a sobrevivência. Em situações em que o paciente é incapaz de manter o ciclo respiratório, devido a fatores como doenças, anestesia e defeitos congênitos, é utilizado o ventilador pulmonar com o objetivo de prover suporte respiratório ao paciente.
O ventilador pulmonar é classificado como um equipamento de suporte a vida, ou seja, é um equipamento capaz de sustentar a vida de um paciente após a insuficiência de órgãos vitais, no caso, o pulmão. Por este motivo, é de fundamental importância que o funcionamento do ventilador esteja dentro dos padrões esperados, oferecendo uma ventilação artificial, promovendo suporte ventilatório temporário, completo ou parcial, a pacientes que não conseguem respirar por vias normais devido a fatores diversos.
Grande parte dos ventiladores pulmonares utilizam uma fonte de pressão positiva para enviar ar aos pulmões. Ao enviá-lo, é feita a troca gasosa e então retirada a pressão para que ocorra a expiração. A ventilação artificial pode ser feita pela via nasal, oral ou por tubo de traqueostomia.
Como o Ventilador Pulmonar funciona?
Considerando o ventilador pulmonar como um equipamento que toma a energia de entrada e a converte, ou transmite, utilizando um sistema de controle para obter uma saída desejada, pode-se estudá-lo segundo seus diversos componentes, funções e recursos listados a seguir:
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- Energia de Entrada: Para o funcionamento do equipamento, a energia pode ser obtida de duas formas: elétrica e pneumática(gases comprimidos).
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- Sistemas de Transmissão e Conversão de Energia: transmitem e controlam o fornecimento de gás, utilizando um conjunto de válvulas que são responsáveis por regular o fluxo de gás ao paciente.
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- Mecanismos de Acionamento: Existem diversos mecanismos para acionar o equipamento, cada tipo de mecanismo emprega uma forma de gerar um padrão de pressão e fluxo para a respiração do paciente.
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- Sistemas de Controle de Saída – Válvulas: O sistema de controle de saída tem por finalidade ajustar o fluxo de gás ao paciente.
- Unidade Central de Controle: O controle de fornecimento de gases nos ventiladores pulmonares é baseado em quatro parâmetros: fluxo, volume, tempo e pressão.
Componentes Básicos do Ventilador Mecânico
Os componentes básicos de um equipamento de ventilação pulmonar podem ser observados no diagrama abaixo.

A mistura gasosa vinda do ventilador pulmonar é entregue ao paciente através do circuito do paciente, que contém entre outros componentes, cânulas ou tubos corrugados para a condução do gás, umidificador, aquecedor, nebulizador e filtro de bactérias. O misturador de gás e as válvulas reguladoras de pressão, dependendo do tipo de equipamento, podem estar integrados no próprio aparelho, ou ser montadas na forma de acessórios do sistema.
- Válvulas reguladoras de pressão: regulam a pressão na entrada do ventilador, bem como dos gases entregues ao paciente.
- Misturador (blender): mistura adequadamente diferentes gases nas concentrações desejadas. Geralmente o misturador possui entradas para ar comprimido, oxigênio e nitrogênio.
- Controles: Os circuitos de controle são responsáveis pelos modos nos quais será ventilado o paciente. Os ventiladores possuem os seguintes controles principais:
– Pressão e/ou Volume e/ou Fluxo;
– Freqüência Respiratória;
– Relação I:E (relação entre tempo inspiratório e tempo expiratório);
– Tempo Inspiratório;
– Tempo Expiratório;
– Sensibilidade;
– PEEP/CPAP (Pressão Positiva no Final da Expiração/ Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas);
– Pausa Inspiratória;
– Modalidade de Ventilação.
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- Filtro de bactérias: Eleva a qualidade do ar entregue ao paciente e tem como objetivo evitar a contaminação bacteriológica do paciente. Deve ser o último componente a ser conectado antes do circuito das vias aéreas do paciente.
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- Nebulizador: Administra drogas pela via respiratória e na forma de aerosol.
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- Umidificador: O umidificador é acoplado à saída do ventilador para acrescentar vapor d’água ao gás inspirado pelo paciente. É projetado para produzir quantidade máxima de vapor de água com quantidade mínima de partículas d’água.
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- Válvula de exalação ou expiratória: Essa válvula tem as funções de fechar o circuito de saída na inspiração e abrir o circuito de saída na expiração. Conforme já apontado, essa válvula pode ser do tipo liga/desliga ou incremental.
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- Alarmes: Servem para monitorar problemas que podem ocorrer durante a operação do equipamento.
Falhas nos ventiladores pulmonares
Ao se tratar de incidentes envolvendo equipamentos médico-hospitalares, como o ventilador pulmonar, deve-se analisar três aspectos: o equipamento, o ambiente e o usuário.
O ambiente é um grande fator de risco na utilização de equipamentos. Quesitos como fornecimento de energia elétrica, a rele elétrica do local (tomadas e aterramento), condições do ambiente (temperatura e umidade) e também fornecimento da rede de gases devem ser averiguados.
Em relação às falhas causadas pelo usuário, tem-se o má utilização do equipamento e a seleção errônea de parâmetros. A correta montagem do circuito, a tensão de alimentação de energia elétrica adequada e o correto ajuste de parâmetros de acordo com a necessidade do paciente são fundamentais para a segurança do paciente, evitando incidentes.
Para completar a análise, as condições de funcionamento do próprio equipamento também devem ser verificadas. Para isso, devem ser consideradas as especificações técnicas gerais indicada pelo fabricante, e também analisadas situações como vazamentos, bom funcionamento de sensores e válvulas, entre outros.
Enfim, os ventiladores pulmonares são equipamentos de suporte à vida e necessitam de constante manutenção, seja ela corretiva ou preventiva, são de suma importância para proporcionar maior segurança ao paciente assistido.
Para concluir, recomendo uma leitura muito interessante sobre "Os cuidados básicos que se deve ter com equipamentos médicos".
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